Patrícia Teodolina teve uma gestação sem intercorrências, um parto sem problemas, um filho desejado. Exames em dia: testes de olhinho, orelhinha, pezinho…tudo em ordem.
Seu filho Rodrigo teve um desenvolvimento ideal até os oito meses e de repente iniciou a mudança de comportamento, os choros intermináveis, o sono irregular, a seletividade alimentar, o isolamento, as estereotipias. O que acontecia com aquela criança?
Idas e mais idas ao pediatra, ao otorrino, ao gastro. Colocou o filho no esporte, na escola – tinha dois anos nessa época, mas algo, definitivamente, não estava bem! Buscas por Psicólogo, por neurologista e enfim o diagnóstico: AUTISMO. Com ele vieram o luto emocional e uma dor indescritível. Então, ela pensava: Por que comigo? Por que com meu filho? E agora?
Agora, segundo a mesma, era superar o luto e partir para luta! Apostar nas terapias, apostar no estudo, apostar no amor, mas não seria tão fácil. Aos três anos começaram as convulsões, a hipotonia orofacial, a sialorreia intensa. Aos seis, o surto psicótico, a dificuldade de aprendizagem persistia e a angústia materna também.
Com a angústia veio o questionamento: E o futuro como será? O cenário não era motivador e mais perguntas pululavam em sua mente: Cadê os adolescentes e adultos com autismo? Será que morrem cedo? Não. Eles têm uma longevidade comum, mas estão socialmente ocultos. A tristeza foi tão intensa quanto o diagnóstico.
Então, a decisão: montar um projeto para os adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista, que potencializasse as habilidades deles. Seria loucura? Talvez, mas concordava com Steve Jobs:
“as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo – são as que de fato, mudam!”.
Sem presunção, pensou: E por que não? Não tinha todas as respostas, mas um desejo enorme de transformar, de oferecer ao seu filho e aos filhos de outras mães, a oportunidade de ser parte desse mundo, que também é deles. E assim, nasceu o Projeto Fantástico Mundo Autista!